|Projeto X|

03-06-2017

Após um dia inteiro a limpar e a organizar o espaço do auditório para que tudo ficasse perfeito, o dia tão esperado tinha chegado. A ajuda de amigos e de alguns elementos da turma de Laboratórios foi indispensável para a realização deste espetáculo.

Estava cansada, tinha muito poucas energias para o que se ia suceder. O stress era cada vez mais sentido, não só por mim, mas por todos os que se empenhavam no projeto.

Começou às 10h quando todos os curiosos começaram a chegar para o workshop. Estavam umas 20 pessoas sendo que a maioria vinha da organização Pais em rede. Distintas condições físicas, diferentes gostos reuniam-se na Orquestra-Frágil: uma orquestra que só dura um dia, chegando ao final do dia ela parte-se (Paulo Rodrigues). Esta mescla social num espaço criativo igualou-nos de uma forma impar. Foi explorada a vertente da criação onde cada participante podia revelar os seus gostos e paixões de uma forma original e divertida. No fim das atividades propostas pelo Prof. já éramos todos uma família, uma família unida e divertida.

No inicio da tarde chegaram os meus meninos. Vinham super contentes: obviamente que viajar para um sitio diferente comporta uma motivação extra. O indivíduo F, que no ultimo ensaio estava amuado porque não estávamos a tocar as músicas que lhe eram familiares perguntava: Onde está o Pedro? Aquele... aquele das coisas fixes! Referia-se ao Prof. Paulo e à panóplia de instrumentos que levara para um dos workshops na Cerci. Quando o viu correu na sua direção para o cumprimentar de uma forma bastante calorosa.

Começamos o ensaio geral por volta das 15h. Mesmo atarefada com os últimos ajustes houve espaço para observar a reação dos participantes:

  • Quando o Ricardo saí do casulo para dançar o indivíduo I1 muito abismado chama-me e diz de boca aberta: quem é este rapaz? eu sei dançar, mas gostava de ter umas aulas particulares com ele!
  • O individuo F estava maravilhado com o espaço, olhava para todos os cantos da sala e distraído não tocava.
  • Os integrantes da orquestra frágil estavam bastante intrigados com os novos elementos OCF e rapidamente se começaram a conhecer.

O espetáculo decorreu com a maior tranquilidade e tudo, mas absolutamente tudo aconteceu como eu imaginava. Já na ultima canção, o indivíduo I tirou uma casquinha que tinha no lábio e, quando olhou para a mão e viu sangue, começou a chorar muito alto. Mas nem isso foi um problema. Retirei-me do palco com ela para lavar a "feridita" e depois voltamos calmamente para receber as palmas do publico.

Para mim, e segundo o feedback recebido, foi o timing ideal com uma estrutura coesa e solida. Resultou muito bem.

No fim do espetáculo, uma amálgama de emoções refletiu-se num pranto intenso e descontrolado. Os meus meninos, que não paravam de me fazer elogios e de me bajular pelo "lindo concerto", juntaram-se todos para um mega abraço. Este momento inesquecível e emocionante ficará registado para sempre como sinónimo de recompensa por todo o trabalho realizado.



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